Você já conheceu aquele profissional brilhante tecnicamente, mas que trava quando precisa liderar uma mudança? Ou aquela equipe de especialistas que executa com perfeição, mas não consegue se adaptar a novas demandas?
Este é um dos dilemas mais comuns do mundo corporativo atual: a distância entre competência técnica e habilidades de colaboração. Em setores altamente especializados, como saúde, engenharia e tecnologia, essa lacuna se torna ainda mais evidente.
O problema não está na capacidade individual, está na ausência de conexão, escuta e protagonismo compartilhado. E quando isso acontece em organizações que passam por processos de unificação ou transformação cultural, os sintomas se intensificam exponencialmente.
A Vision One, um dos maiores grupos de oftalmologia do Brasil, vivenciou exatamente essa realidade. Com apenas 5 anos de mercado, a empresa nasceu da unificação de 26 hospitais e clínicas oftalmológicas espalhadas pelo país, cada uma com sua cultura, processos e estilo de gestão únicos.
Nesse cenário, firmar as bases para um ambiente alinhado e colaborativo se fez essencial. Por isso, a Vision One tomou uma decisão histórica: reunir pela primeira vez todas as lideranças nacionais em um evento presencial.
Era o primeiro evento desse porte na história da empresa. Um marco simbólico da transição para um modelo mais moderno, colaborativo e voltado à performance.
Quando o “Tamo Junto” vira metodologia para área da saúde
A Vision One co-criou com a Perestroika um momento focado em responsabilidade ativa e colaboração. O desafio era criar pontes entre a expertise técnica, responsabilidade e a inteligência coletiva.
Por isso, nossa abordagem não foi construída sobre teorias abstratas, mas com base em uma das principais metodologias da Perestroika o: Tamo Junto.
Estruturamos uma jornada de aprendizagem ativa com Jean Philippe Rosier: 4 horas divididas em duas experiências complementares que renovaram os padrões atuais da Vision One.
Não era só sobre adicionar conhecimento, mas sobre permitir fortalecer as conexões existentes e propiciar a criação de novas.
Como a Vision One conquistou uma colaboração afinada em meio às transformações:
Em um processo de alinhamento, com 150 lideranças, nosso objetivo era equalizar as lideranças, fazer com que os times operassem em frequências similares de comunicação e tomada de decisão.
A jornada começou pelo conceito de responsabilidade ativa, ou seja, para colaborar é preciso assumir responsabilidades. E isso exige uma mudança sutil, mas radical, sair da lógica do fazer sua parte e assumir responsabilidade pelo todo.
Quando você entende que sua excelência individual deve contribuir para a excelência coletiva, algo muda. Não é altruísmo, é inteligência estratégica.
“Quem você é está no que você faz. Para você e para os outros.”
Claro que colaborar é difícil. As pressões do dia a dia, os prazos apertados, a responsabilidade técnica, tudo conspira contra a pausa necessária para ouvir o outro.
Mas é exatamente nessa complexidade que a colaboração se torna não apenas necessária, mas um diferencial nos times.
Após entendermos juntos a importância da responsabilidade passamos a paixão por colaborar.
Para que a colaboração exista é preciso coragem, e essa coragem existe em ambientes seguros.
“Coragem não é ausência de medo. É a presença inegável do medo, mas com a disposição de enfrentá-lo.”
Colaborar exige vulnerabilidade, e a vulnerabilidade só floresce em ambientes psicologicamente seguros. Onde errar não é vergonha, mas parte do processo.
Mas como criar confiança? Precisamos primeiro criar o mesmo espaço de fala para as pessoas e depois ouvi-las com atenção. Não é apenas sobre dar a palavra, é sobre garantir que ela seja ouvida.
Quando estes conceitos: responsabilidade, coragem e segurança coexistem, colaborar se torna apaixonante.
O movimento: quando uma equipe encontra soluções colaborativas as coisas mudam
As dinâmicas não eram apenas quebra-gelos. Elas ativaram a consciência colaborativa, a percepção de que resultados extraordinários emergem apenas através de colaboração intencional e vulnerabilidade compartilhada.
No Campeonato de Pedra, Papel e Tesoura, criamos uma inversão radical de expectativas. Os participantes foram divididos em grupos e começaram fazendo duplas para disputar o jogo clássico. Mas aqui estava o twist: quem perdia se tornava o maior incentivador do oponente.
Imagine a cena: médicos e gestores acostumados com ambientes de alta pressão e competitividade técnica, de repente se vendo na posição de torcer pelo sucesso de quem acabara de vencê-los.
O perdedor não saía de cena, ele se tornava parte essencial da jornada do outro até a final.
Uma metáfora visceral sobre como transformar competição em colaboração
Colaborar é assumir responsabilidade pelo sucesso do outro, mesmo quando isso significa abrir mão do próprio protagonismo individual. Uma metáfora visceral sobre como transformar competição em colaboração.
A segunda experiência levou essa lógica ainda mais longe. Na Dinâmica do Copo, equipes de 5 pessoas receberam um desafio aparentemente simples: construir uma pirâmide de copos sem tocá-los com as mãos, apenas utilizando elásticos. A solução exigia que amarrassem os fios ao elástico, criando uma garra colaborativa onde cada pessoa segurava uma ponta.
O que presenciamos foi transformador.
Impossível fazer sozinho, essencial fazer junto.
Lideranças que normalmente tomam decisões de forma autônoma se viram completamente dependentes da coordenação, comunicação e sincronização com seus times. Cada movimento precisava ser negociado. Cada ajuste, comunicado. Cada erro, assumido coletivamente.
Aqui, o conceito de “colaborar é apaixonante” se revelou em sua forma mais pura: quanto mais complexo o desafio, mais empolgante se tornava a busca por soluções coletivas. A frustração inicial se transformou em fascínio pela descoberta de que juntos conseguiam muito mais do que imaginavam.
As grandes lições que o time da One Vison co-criou com a Perestroika
1. Liderança é sobre conexão, não apenas direção
Em ambientes técnicos, é fácil confundir ordens com liderança. A verdadeira liderança acontece quando criamos pontes capazes de conectar as necessidades as habilidades. Colaborar é assumir responsabilidade por criar esses espaços de conexão, onde cada voz importa e cada contribuição é valorizada.
2. Segurança psicológica é performance
Equipes que se sentem seguras para errar, questionar e propor, entregam resultados superiores. Medo não gera excelência sustentável. Colaborar é apaixonante quando criamos ambientes onde a vulnerabilidade se torna força, onde admitir “não sei” se torna o primeiro passo para descobrir “vamos descobrir juntos”.
3. Protagonismo compartilhado multiplica resultados
Quando cada pessoa se sente responsável pelo sucesso coletivo, a organização se torna antifrágil, não apenas resiste às mudanças, mas se fortalece com elas. Colaborar é assumir responsabilidade pelo todo, não apenas pela sua parte. É entender que o sucesso individual só faz sentido quando contribui para o sucesso coletivo.
4. Adaptabilidade é uma competência, não um dom
Em setores como saúde, onde a margem de erro é mínima, a capacidade de se adaptar rapidamente a novas situações é uma habilidade necessária.
O que vem depois: o legado que permanece
Um InCompany bem estruturado não termina quando as pessoas saem da sala.
Quando 150 lideranças vivenciam juntas o mesmo processo de reflexão e aprendizado, criam-se referências comuns que facilitam a implementação de mudanças posteriores.
Ele deixa:
- Vocabulário comum: Conceitos e linguagens que se tornam parte do dia a dia
- Ferramentas práticas: Metodologias que podem ser replicadas internamente
- Rede de apoio: Conexões fortalecidas entre lideranças de diferentes unidades
- Momentum de mudança: Energia coletiva para implementar transformações
Já nos primeiros momentos após as palestras, vimos lideranças buscando diálogo, trocando experiências e se conectando de maneira mais profunda. Esse é o verdadeiro indicador de impacto: quando o conteúdo vira conversa espontânea.
A colaboração como vantagem competitiva
A Vision One nos ensinou algo fundamental: a colaboração não é apenas um valor bonito, é uma vantagem competitiva decisiva.
Organizações que conseguem unir excelência técnica com lideranças colaborativas não apenas sobrevivem às mudanças, elas lideram transformações em seus setores.
E na sua organização? Suas lideranças técnicas estão preparadas para os desafios humanos da gestão moderna?
Porque no final das contas, não importa quão avançada seja sua tecnologia ou quão especializados sejam seus profissionais. Se eles não souberem trabalhar juntos, adaptar-se às mudanças e criar ambientes de confiança, a excelência técnica se torna apenas potencial desperdiçado.
Tamo junto não é apenas uma expressão da Peres.
É uma filosofia de liderança, criada a partir da nossa metodologia, que pode transformar organizações inteiras através da descoberta de que colaborar é assumir responsabilidade pelo sucesso coletivo e que colaborar é apaixonante quando aceitamos que somos mais fortes, mais inteligentes e mais resilientes juntos.
A Vision One em conjunto com a Peres provou que é possível reservar um momento com objetivo de unificar culturas diferentes através de experiências que conectam pessoas ao redor de uma verdade simples e poderosa: juntos, somos extraordinários.